segunda-feira, 23 de março de 2015

Entre a cadeira e a máquina?

- Que droga de máquina! Não funciona! Toda hora a linha sai, a agulha quebra!
- Será que o problema está na máquina mesmo? Ou entre a máquina e a cadeira?

Numa aula de costura, esta é uma situação comum, corriqueira. Na maioria das vezes, o problema não está na máquina, mas no modo como a pessoa manuseia o tecido, coloca a agulha. Muitas vezes a linha não está bem passada e a pessoa está muito ansiosa por ter um prazo curto para entregar uma peça. Já presenciei esta cena com o diálogo acima, um bocado de vezes. Acredito que, em algum momento, eu tenha sido protagonista de uma delas haha Acontece! 
Quantos de nós já não se descabelaram, tentando finalizar um trabalho, uma peça de roupa, porém não dispúnhamos de serenidade naquele instante? Quantos de nós já não descontaram toda (ou quase toda) a frustração e raiva, neste conjunto de mecanismos. Quantos de nós já não descontaram raiva e frustração em pessoas? Agimos assim com as pessoas com as quais convivemos ou até com pessoas que nem conhecemos, no trânsito, no supermercado. Descontamos nossa frustração por não termos conseguido algo, sem parar pra pensar que, às vezes, a culpa pode ser nossa, por não termos nos esforçado o suficiente, por termos depositado muita esperança em algo ou em alguém, ou por, simplesmente, não termos o hábito de refletir sobre as nossas atitudes. Às vezes, o problema está na nossa visão sobre a vida. Não é regra, pois, às vezes, a máquina pode estar com um problema real, as pessoas podem estar equivocadas. O interessante seria olhar pra nós mesmos e, antes de atribuir a culpa a outrem, avaliar o nosso estado emocional e a nossa barrinha de serenidade, pra não sair metralhando xingamentos e quebrando tudo.
E aí? Será que o problema está sempre nas outras pessoas, nas coisas? Ou em nós mesmos, na forma como enxergamos as situações e em como reagimos a elas? Será que o problema está na máquina? Ou entre a máquina e a cadeira?

sexta-feira, 20 de março de 2015

Volto a citar aqui, o livro "Chega de desperdício", de John Naish. No capítulo 3, o autor nos convida a fazer alguns autoquestionamentos, que nos ajudarão a pensar antes de comprar um item.

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Tenha suficiente

Não compre essa coisa (até ter feito esses nove grupos de perguntas)


  • Preciso disto? Eu verdadeiramente, realmente, preciso disto, ou somente o quero?

  • Meu desejo por esta coisa foi implantado por técnicas de marketing?

  • Quero isto porque quero estar mais em forma, ser mais esperto, mais livre ou apenas mais legal? Se assim for, este item de consumo realmente fará este milagre?

  • Há qualquer outra maneira de conseguir meu objetivo sem acrescentar mais coisas?

  • Quantas horas a mais vou ter de trabalhar para pagar por isto? Que outra coisa eu poderia fazer com esse tempo de trabalho que me traria maior realização que este item de consumo?

  • Não há algo que eu já tenha que poderia substituir isto?

  • Eu quero mesmo ter de espanar, lavar a seco, pagar para fazer manutenção ou manter esta coisa de qualquer outra maneira?

  • Caso eu esteja substituindo alguma coisa que já tenho, qual é o problema do item velho?

  • Caso eu realmente necessite desta coisa, não há alguma maneira de eu consegui-la num site de troca, ou pegar emprestada com um amigo, vizinho ou parente?
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Questione-se!!

quarta-feira, 18 de março de 2015

Mission failed?

Há alguns anos, mais especificamente 3 anos atrás, me propus a ficar um ano sem comprar roupas e outros artigos de moda. Consegui me segurar alguns meses e depois sucumbi HAHA. Ano passado, inclusive, escrevi um post aqui sobre ter falhado nessa missão. Fui refletindo acerca do tema e percebi que deveria rever minhas motivações.
Em uma das minhas idas a uma loja de departamento, encontrei um livro chamado "Chega de desperdício", de John Naish. A linguagem do livro é muito boa e, logo no início, o autor fala sobre a nossa mania de estocar objetos e explica que nosso cérebro se desenvolveu para sempre querer mais, o que justifica a nossa "ilusão de escassez". Achamos que, por mais que tenhamos várias coisas, precisamos de mais e mais. Na década de 40, um período de real escassez por conta das guerras, o costume de armazenar objetos era perfeitamente justificável. Mas e hoje? Precisamos de tanto assim? Muitos de nós não para pra se questionar. E assim vamos comprando e estocando coisas que não nos servem. Trabalhamos pra ganhar nosso dinheiro e o gastamos em momentos de pura tensão, a fim de aliviar nossas frustrações. 
Criei o hábito de me observar mais, observar o que me motivava a comprar, passei a me questionar e observar meus impulsos. Percebi que na TPM eu me sentia muito mais impelida a comprar para amenizar a ansiedade que eu sentia nesses períodos. 
Com isso, passei a ficar mais atenta a minhas inclinações consumistas e fui despertando minha mente para a busca de um equilíbrio. Passei a pensar mil vezes antes de comprar algo, fazer perguntas mentais sobre a necessidade de comprar. Fui tentando descobrir métodos que me fariam enxergar que, de fato, não havia escassez, mas a falta de otimização daquilo que eu já tinha. Pensei em tirar fotos de todas as coisas que eu tenho para ter um registro do meu acervo. E não é que isso facilita muito mesmo? Comecei pelas caixas de tecidos, batons, sapatos e criei, junto com uma amiga, desafios no instagram, convidando outras pessoas a fazerem o mesmo. Não compro roupa desde Dezembro e a última maquiagem que comprei foi em Janeiro, em uma loja específica de produtos antialérgicos, pois comecei a ter alergia a produtos de algumas marcas. Também não compro sapatos desde Novembro. 
Acredito que a principal motivação tenha sido a vontade de economizar, a expansão da consciência ambiental e a preocupação em estudar os impactos ambientais e psicológicos consequentes do consumismo desenfreado. O importante é ir descobrindo predisposições e não negá-las ou recriminá-las, e reconhecer que estamos a todo instante passando por momentos adversos e sendo bombardeados por publicidade e disseminação de tendências, mas não precisamos ceder sempre.