- Que droga de máquina! Não funciona! Toda hora a linha sai, a agulha quebra!
- Será que o problema está na máquina mesmo? Ou entre a máquina e a cadeira?
Numa aula de costura, esta é uma situação comum, corriqueira. Na maioria das vezes, o problema não está na máquina, mas no modo como a pessoa manuseia o tecido, coloca a agulha. Muitas vezes a linha não está bem passada e a pessoa está muito ansiosa por ter um prazo curto para entregar uma peça. Já presenciei esta cena com o diálogo acima, um bocado de vezes. Acredito que, em algum momento, eu tenha sido protagonista de uma delas haha Acontece!
Quantos de nós já não se descabelaram, tentando finalizar um trabalho, uma peça de roupa, porém não dispúnhamos de serenidade naquele instante? Quantos de nós já não descontaram toda (ou quase toda) a frustração e raiva, neste conjunto de mecanismos. Quantos de nós já não descontaram raiva e frustração em pessoas? Agimos assim com as pessoas com as quais convivemos ou até com pessoas que nem conhecemos, no trânsito, no supermercado. Descontamos nossa frustração por não termos conseguido algo, sem parar pra pensar que, às vezes, a culpa pode ser nossa, por não termos nos esforçado o suficiente, por termos depositado muita esperança em algo ou em alguém, ou por, simplesmente, não termos o hábito de refletir sobre as nossas atitudes. Às vezes, o problema está na nossa visão sobre a vida. Não é regra, pois, às vezes, a máquina pode estar com um problema real, as pessoas podem estar equivocadas. O interessante seria olhar pra nós mesmos e, antes de atribuir a culpa a outrem, avaliar o nosso estado emocional e a nossa barrinha de serenidade, pra não sair metralhando xingamentos e quebrando tudo.
E aí? Será que o problema está sempre nas outras pessoas, nas coisas? Ou em nós mesmos, na forma como enxergamos as situações e em como reagimos a elas? Será que o problema está na máquina? Ou entre a máquina e a cadeira?