A princípio, era minha intenção criar um blog sobre estilo para poder compartilhar experiências, expor algumas influências sobre o meu estilo e postar looks produzidos por mim. Hoje, recebi uma mensagem de uma companheira de faculdade que está produzindo um artigo científico para conclusão de sua pós-graduação em Pesquisa de Comportamento e Consumo de Tendência. Ela se chama Talitha e me fez a seguinte pergunta:
- O que a roupa representa na sua vida?
Esse foi o pontapé inicial, o empurrão que eu precisava para postar. Antes de mais nada, devo admitir que eu era uma criança muito apegada a certas roupas que eu tinha, bonecas, jogos, sapatos. Sempre tinha uma roupa que era minha preferida: porque tinha sido presenteada pela minha madrinha; porque meu pai tinha trazido da Europa; porque eu gostava das cores, da estampa, do cheiro. Na marioria das vezes, o que mais me fascinava eram as saias rodadas, no auge da carreira de Beto Barbosa, as roupas colantes, pois eu fazia aulas de jazz e as que tinham sido costuradas pela vizinha, ou pela minha tia, pela minha avó, pela minha mãe. Ahhh, minha mãe tinha roupas, sapatos e cintos que me faziam desejar ser adulta para poder usá-los. Eu dizia: "Mãe, guarda pra quando eu crescer?"
Quando eu era criança, a roupa era para mim um objeto atraente, mais do que uma proteção, mais que uma cobertura. Era um objeto que vinha cheio de valores agregados. "De onde vinha?" "Por que escolheram aquelas cores?" "Ou aquele tecido?" "Por que aquela estampa?" Filmes, novelas, videogames, mulheres próximas a mim, tudo isso influenciava na descoberta e na concretização de um estilo. É claro que eu não entendia muita coisa, mas aquilo estava se formando, algo que passaria a fazer parte da minha vida.
O vestido das ocasiões especiais. A estampa era o que mais me agradava. |
Meu pai trouxe esta sai vermelha da Espanha e tinha suspensórios. Adorava suspensórios! |
Adorava rosa nessa época e este par de sapatos também. |
Sabe aquelas roupas que você gosta tanto que você pede para a sua mãe guardar? Fiquei um bom tempo usando essas duas peças...Papai trouxe da Espanha. |
Esse par de sapatos era meu xodó. Guardava sempre na caixinha e ficava torcendo para ter um evento importante e poder usá-lo. Usei pela primeira vez na formatura da pré-escola. |
Esse conjunto remetia a algo meio ciganinha, meio Babalú, de Quatro por Quatro. |
Na adolescência, quando criava minhas próprias indumentárias, pois não achava algo que me agradasse, passei a refletir mais sobre a criação, o processo inicial e toda a preparação para a produção de uma coleção. Passei a conhecer mais a respeito dos estilistas e da vida deles. Passei a querer ser como eles.
Hoje, a roupa e os objetos de moda em geral, na minha opinião, são uma exteriorização dos nossos desejos e influências, o que não é uma novidade. É como projetar em um objeto a sua carga vital, aquilo que te move, aquilo que te dá prazer. É muito mais do que cobrir a nudez. É cobri-la para que ela volte a ser nudez.
Visitem também o blog da Talitha: http://talithaoliveira.wordpress.com/
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Meu Deus!! Que fotos fofas!!
ResponderExcluirParabéns, nega! O blog está muito profissa!! =**** Coisa linda! (L)
Manaaaa, que lindo!
ResponderExcluirÉ tão bom te ver escrevendo assim!
É tão bom ler e ouvir o que voce pensa!!
Eu sou sua fã de carteirinha!!
TE adoooro!!!