segunda-feira, 19 de março de 2012

Um ano sem comprar roupa: que comecem os jogos!



- Você vai ficar um ano sem comprar roupa?
- Sim.
- Eita! Mas isso inclui sapatos, acessórios e afins?
- Sim.
- Você vai conseguir?
- Espero que sim!

Quando me propus a ficar sem comprar roupa por um ano eu não achei que seria fácil, é claro. Mas em uma semana de "promessa" eu ainda não tinha sentido na pele a tentação de querer algo e não poder comprar. Algo que pode acontecer em vários momentos como, por exemplo, quando não se tem dinheiro. No meu caso, eu tinha dinheiro, mas tive que parar para pensar mil vezes. Antes de qualquer coisa, eu tinha feito uma “promessa”. O segundo pensamento era se eu realmente precisava daquela peça de roupa e em que ocasião iria usá-la. 
E pra começar o teste: ZARA. Na realidade não foi teste, pois minha irmã estava precisando de blusas e resolveu entrar lá. A Zara, na minha opinião, tem roupas de muito bom gosto. Eles confeccionam roupas que tem a ver comigo, muito a ver comigo. Ao entrar na loja já me deparei com várias peças que me atraíam. Os terninhos coloridos que são sempre muito caros, mas produzidos em cores lindas e que permeiam a minha imaginação: “Este posso usar com aquele short e a blusa tal”. Depois avistei os casquinhos clássicos em cores inéditas; eu tenho um verde, um vinho e um azul marinho, mas tinha um turquesa lá que estava maravilhoso. Logo, passamos pela parte mais juvenil e eu encontrei vários vestidos e blusas em um tom de verde que é o meu preferido, um verde esmeralda bem escuro. 
Não havia pego nada para experimentar. Admirei, ajudei minha irmã a escolher umas peças, até que ela achou uma peça e disse que era a minha cara. Era uma calça verde militar bem justa com recortes e quatro zíperes frontais dourados, dois de cada lado. Na hora pensei: "Vou provar, mas não vou comprar, é só para ver como fica". Entrei no provador, vesti a calça, tentei achar um mínimo defeito. Saí pra mostrar pra minha irmã, que estava com minha mãe no provador ao lado e falei: "Olha aqui, fiquei sem bunda". As mulheres que estavam por ali transitando pelos provadores me olharam por um instante e disseram: "Sem bunda? Nossa! Essa calça ficou ótima em você. Leva, leva, leva!" 
O que vocês acham que eu fiz? Olhei a calça mais umas 13 vezes e lembrei da “promessa”, pensei se precisava mesmo de uma, sendo que eu já tenho várias, não iguais a essa, mas tenho várias calças e pensei também em que ocasião iria usá-la. Por um momento considerei ignorar a "promessa" e abrir uma exceção, pois levei em conta que realmente não tenho nenhuma calça naquele verde e também visualizei várias ocasiões em que poderia usá-la. Foi aí que fiz a pergunta crucial para a atendente: "Quanto custa?" Ela respondeu: "R$119,00". AHHH! De repente, a mulher tacanha que existe em mim em certos momentos falou mais alto e eu acabei não comprando a tal calça. Fui até a parte masculina acompanhar meu irmão, feliz da vida por ter poupado e por ter respeitado a minha própria decisão. Depois saí da loja, saltitante, abastecida de sacolas de roupas, mas que não eram minhas. Ufa!

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